Canteiros suspensos garantem atividades educativas terapêuticas para um grupo de alunos usuários de cadeiras de rodas com múltiplas deficiências da Escola de Educação Especial 29 de Março. A atividade integra o Programa Nosso Quintal, desenvolvido pelo setor de Agricultura Urbana da Secretaria Municipal do Abastecimento de Curitiba.
Chamado de agricultura intraurbana, nas quais as áreas de cultivo se caracterizam por pequenos espaços, como quintais de residências, hortas escolares e institucionais, atualmente o programa atende 101 entidades que beneficiam cerca de 2,7 mil pessoas em uma área total que soma quatro hectares.
Foto: Divulgação/Secom
A Escola 29 de Março é uma instituição filantrópica conveniada ao Estado e ao Município e que atende exclusivamente usuários de cadeira de rodas com múltiplas deficiências. A equipe técnica da escola contou com o apoio da iniciativa privada para criar canteiros elevados e assim os alunos pudessem participar do programa Nosso Quintal. A Prefeitura local mantém o apoio à instituição com orientação técnica e o fornecimento de insumos, como mudas, esterco e calcário para a correção do solo.
“A horta terapêutica e ocupacional é uma ferramenta de educação e é o que faz com que o programa seja mantido”, explica o engenheiro agrônomo do setor de Agricultura Urbana, Mário Takashima, responsável pelo programa Nosso Quintal.
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O aprendizado, a partir das hortas, é complementado pela função de também promover a educação alimentar e nutricional dos participantes. “Quando os alunos acompanham o crescimento das plantas, ajudam a molhar e são participantes de todo o processo, no dia da degustação elas acabam comendo, mesmo que inicialmente digam que não gostam”, explica o engenheiro agrônomo.
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Mensalmente, o engenheiro visita a escola prestar as orientações necessárias, fornecer o material de acordo com cada etapa e, quando necessário, oferecer aulas de reciclagem aos profissionais responsáveis pelo programa nas instituições. Na Escola 29 de Março, o trabalho das hortas é desenvolvido pela professora Lucia Mikulin que, duas vezes por semana, cuida do local com sua turma de oito alunos. Ela aproveita os momentos de sol para desenvolver conteúdos pedagógicos, como a questão do solo e da água.
A professora utiliza a horta como ferramenta para ensinar, especialmente, fundamentos de Matemática. Mas, na escola em que atua, a horta tem outra função ainda mais importante para esse grupo de alunos: a terapêutica. “Quando os alunos vêm pra cá, a gente vê a satisfação deles, a alegria de estar produzindo alguma coisa”, afirma Lucia. Como atua com alunos carentes, ela conta que muitas vezes eles levam as verduras colhidas para casa.