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Cientistas avaliam impacto das mudanças climáticas em cidades brasileiras

Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) se juntaram para avaliar o impacto das mudanças climáticas nas cidades brasileiras. O estudo revelou que várias capitais importantes e cidades da região nordeste devem sofrer muito com o aquecimento global.

A pesquisa, publicada na revista Climatic Change, aponta o aumento nas temperaturas e as mudanças nas precipitações como grandes agentes impactantes às populações que moram em diversos municípios do Brasil. Entre os locais que mais devem sofrer estão: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Além deles se destacam cidades do nordeste brasileiro, que possuem baixos níveis de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) somados à alta densidade demográfica.

As projeções para as regiões norte e centro-oeste são de variações das chuvas, que podem fazer com que as secas durem mais tempo que o normal para os padrões atuais. Se fossem analisadas somente as mudanças ambientais essas seriam as áreas mais afetadas.

Porém, o estudo faz um comparativo com as condições estruturais e econômicas das diferentes regiões brasileiras, para concluir como realmente a população seria afetada pelas mudanças. Neste cenário, o nordeste, juntamente com as capitais, está nas piores condições.

“O Nordeste tem IDH baixíssimo, talvez alguns dos menores do país, e a densidade populacional é relativamente alta. São indicativos de que essas pessoas terão maior dificuldade para responder a um cenário de mudança climática, mesmo se ela não for a mais severa do país”, explicou o ecólogo da Unesp, David Lapola.

Nas grandes capitais o principal problema está relacionado à alta densidade demográfica, que acaba agravando os eventos climáticos extremos, como as chuvas, que causam enchentes e deslizamentos de terra. Estas situações já são comuns e se repetem com maior intensidade a cada ano.

O pesquisador ainda alerta para o despreparo das cidades em oferecem estrutura e soluções para proteger a população. “Os fenômenos recentes, como as cheias em São Paulo e os deslizamentos no Rio de Janeiro por dois anos seguidos, mostram que não estamos preparados. O estudo reforça que esses cenários só tendem a piorar. E que é preciso trabalhar”, declarou Lapola, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. O material deve servir de apoio para o desenvolvimento de políticas públicas para a prevenção de desastres causados em consequência de eventos climáticos extremos. Com informações do Estadão.

Redação CicloVivo

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