As gigantes ARM e Intel concordaram em trabalhar juntas para gerenciar redes de dispositivos conectados de ambas as empresas, compensando um grande obstáculo para o crescimento da chamada Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês).
A BRAM, da Grã-Bretanha, unidade da Softbank, informou nesta segunda-feira que fechou uma parceria estratégica com a Intel para usar padrões comuns desenvolvidos pela Intel para o gerenciamento de dispositivos, conexões e dados de IoT.
A IoT envolve a conexão de chips simples que detectam distância, movimento, temperatura, pressão e imagens a serem usadas em uma variedade cada vez maior de produtos eletrônicos, como luzes, parquímetros ou refrigeradores.
Alguns dos dispositivos eletrônicos mais idiotas do mundo ficam mais inteligentes conectando-se a redes em nuvem, mas também são mais difíceis de proteger.
O acordo da ARM para adotar os padrões da Intel para o gerenciamento seguro de tais redes representa um avanço que promete impulsionar a expansão da IoT em muitos setores, disseram as duas empresas.
“Observamos uma aceleração significativa em termos de como o mercado crescerá em termos do número de dispositivos gerenciados e do volume de dados que passa por esses sistemas”, disse Himagiri Mukkamala, vice-presidente sênior e gerente geral da ARM para seus serviços em nuvem da IoT, disse à Reuters em uma entrevista.
O anúncio veio antes da conferência técnica anual da ARM marcada para esta semana no Vale do Silício.
A ARM e a Intel há muito tempo competem de forma mais ampla em processadores para computadores, redes e smartphones.
A maioria dos maiores fornecedores mundiais de chips IoT confia em projetos de ARM de baixa potência, enquanto a Intel, conhecida por seus poderosos processadores de processamento de dados, domina o mercado de data center em nuvem, onde dados de IoT são analisados e processado, disse Bill Ray, analista do grupo Gartner.
Espera-se que os fabricantes de chips enviem cerca de 100 bilhões de dispositivos IoT baseados em ARM nos próximos quatro a cinco anos, correspondendo ao número total de chips ARM embarcados nos últimos 25 anos, disse Mukkamala.
A ARM prevê que até 1 trilhão de dispositivos de IoT serão colocados em funcionamento no mundo nas próximas duas décadas.
Normalmente, os dispositivos de IoT são pré-carregados na fábrica com credenciais de acesso à rede, deixando-os abertos a muitas vulnerabilidades de segurança. Correções periódicas exigem atualizações manuais por técnicos da área.
Ao permitir que seus dispositivos sejam gerenciados por meio de uma única plataforma de gerenciamento, a ARM e a Intel permitem que essas tarefas sejam automatizadas para mantê-las seguras.
A plataforma de gerenciamento Pelion IoT, lançada recentemente pela ARM, contará com as especificações Secure Device Onboard da Intel anunciadas há um ano. Isso permitirá que os clientes usem chips IoT baseados nos produtos de uma empresa para gerenciá-los no mesmo sistema, disseram executivos das duas empresas em postagens separadas.
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