Desde que divulgou o relatório de performance para seus investidores, a Ubisoft não tem parado de sair nas manchetes mundiais – pelos piores motivos possíveis: além de ter adiado Skull and Bones pela quinta vez e confirmar um corte de custos que derivam do mau desempenho de vendas de seus jogos mais recentes, a publisher francesa agora enfrenta o menor preço por cada ação segundo cotações da Dow Jones.
De acordo com informações levantadas pelo Morning Star, cada papel da Ubisoft desceu ao valor de US$ 4,39 (R$ 23,40), tendo já aumentado – mas não muito – para US$ 4,42 (R$ 22,51) na manhã desta quinta-feira (12). Historicamente, a empresa liderada por Yves Guillemot nunca havia chegado a um nível tão baixo de valorização nos últimos sete anos – o recorde foi em 2016.
A situação não para por aí: no relatório técnico divulgado nesta semana, a Ubisoft confirmou a revisão de sua estimativa de faturamento – se no ano passado, ela antecipava um aumento de 10%, a empresa agora retraiu-se para uma queda de 10%. Antes, a companhia ambicionava € 830 milhões (R$ 4,64 bilhões) para o terceiro trimestre deste ano fiscal, mas agora este valor foi reduzido para € 725 milhões (R$ 4,01 bilhões).
Evidentemente, a situação já tem gerado especulações sobre os rumos que a Ubisoft deve tomar a partir daqui – alguns bem exagerados, aliás. De acordo com o insider Jeff Grub, que acertou algumas de suas previsões no passado, a publisher francesa tem buscado empresas que poderiam se interessar em comprá-la…e o resultado, segundo ele, foi o de que potenciais aquisições renderam risadas…
Ubisoft definitely already did the rounds proposing acquisitions and mergers with other similar companies, and it mostly got laughed at. It’s just too unwieldy. Its strength was its distributed development structure, and now that is an albatross.
— Grubb (@JeffGrubb) January 11, 2023
Grubb não forneceu qualquer evidência do que disse, relegando sua afirmação a um “com certeza isso aconteceu em algum momento, confia”, então é difícil dizer que ele esteja se referindo à situação atual da Ubisoft. O timing, no entanto, parece favorecer essa impressão.
Ademais, não seria a primeira vez que esse assunto aparece na mídia: ano passado, rumores sobre uma eventual aquisição da Ubisoft também flutuaram nas manchetes, justamente com a francesa procurando interessados. Ao final, ela continuou uma empresa familiar (a família do CEO Yves Guillemot é fundadora e dona), mas em setembro, a chinesa Tencent ampliou sua pegada na propriedade de ações da companhia – algo que vinha sendo tentado há pelo menos um mês antes.
De toda forma, os planos da Ubisoft para o futuro próximo estão bem detalhados: a empresa vai promover cortes orçamentários que devem impactar não só ações de marketing e promoção de jogos, como também a não reposição de vagas abertas deixadas por colegas de trabalho que saíram da empresa. Além disso, tudo indica que ela deve se concentrar em lançamentos de grandes marcas: Assassin’s Creed Mirage, Avatar: Frontiers of Pandora e o já mencionado Skull and Bones estão no calendário deste ano fiscal, bem como um novo “título premium ainda não anunciado”.
Agora, se isso vai dar certo ou não, só saberemos com o passar do tempo…
via Morning Star | Jeff Grubb (Twitter)
Créditos: TecMasters