O ano de 2017 marcou a saída do Brasil da quarta grande crise da indústria automotiva brasileira desde que ela foi criada no governo JK, em 1956. O ano passado também representou o fim, após seis anos, do Programa Inovar-Auto que conseguiu ganhos exponenciais para o setor.
Criado em 2011 no governo da então presidente Dilma Rousseff, ele fez com que a produção e venda de carros no Brasil alcançasse seu recorde já no ano seguinte, quando foram produzidos cerca de 3 milhões de veículos. Após um período de bonança, o fim do Inovar-Auto traz incertezas. O que esperar daqui em diante?
Contrariando o cenário complicado que a economia brasileira atravessa, a tendência é que em 2018 a venda de carros siga em alta, mantendo o bom cenário registrado em 2017.
A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) estima que, em 2018, este mercado crescerá 11,8% na comparação o ano passado, índice próximo ao que foi previsto pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (ANFAVEA): 11,7%.
Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, lembra que o ano passado surpreendeu inclusive os executivos do setor, dada as previsões negativas feitas em 2016.
Ele também elogia as ações promovidas pelo governo de Michel Temer: “Ao iniciar 2017, a projeção era negativa em mais de 20% e, ao longo do ano, as ações econômicas acertadas geraram efeitos positivos. Quedas sucessivas dos juros e da inadimplência, o aumento da empregabilidade e um melhor acesso ao crédito resultaram na melhora nos índices de confiança e expectativa do consumidor e do empresário, fazendo com que aumentasse o consumo, revertendo, assim, o cenário negativo inicial”, afirma.
Na visão de Antonio Megale, presidente ANFAVEA, 2018 também prevê bons ventos para na compra e venda de carros. “A conjuntura macroeconômica indica cenário otimista, pois a inflação em baixa, câmbio estável e expectativa de crescimento do PIB possibilitam a retomada da confiança do consumidor e do investidor.
Mesmo sendo um ano com eleições e uma reforma previdenciária a ser aprovada, 2018 deve seguir no rumo crescente na economia e na indústria automobilística”, assinala Megale.
Rota-2030 é opção
A iniciativa mais concreta para substituir o inovar-Auto é o Rota 2030, um programa que visa manter os ganhos para a indústria brasileira e retomar os bons índices na produção de carros registrados em 2012.
Como nem tudo são flores, muitos entraves vem emperrando a viabilidade do projeto, sendo que o principal é o embate entre o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC) e o Ministério da Fazenda, já que este último se mostra terminantemente contra a redução de impostos para a indústria automotiva em um período de ajuste fiscal.
No geral, o Rota 2030 é um novo programa de diretrizes para a indústria automotiva que tem como principal característica ser mais duradouro que o Inovar-Auto. Além de incentivar a pesquisa local, este projeto busca traçar novas metas de eficiência energética na produção nacional, além de manter as inovações tecnológicas alcançadas nos últimos anos e que melhoraram os índices de consumo e emissões de poluentes.
Se o cronograma do governo se manter inalterado, a ideia é uma primeira versão dooo Rota 2030 logo depois do carnaval. A estimativa é que, se colocado em prática, este programa levará em 2022 a produção automotiva ao patamar observado no ótimo ano de 2012.
Novidades do mercado brasileiro
Para aqueles os apaixonados pelo mercado automotivo ou os que querem trocar de carro, vale lembrar que 2018 reserva boas surpresas no Brasil. A previsão é que alguns novos modelos cheguem ao país ainda no primeiro semestre deste ano, com destaque para Volkswagen Virtus e o Fiat Cronos, ambos na faixa de R$ 80 mil.
Para os que podem desembolsar um pouco mais, as novidades ficam por conta de chegada do Honda Civic Si e do Novo Volkswagen Tiguan que custam R$ 160 mil e R$ 170 mil respectivamente.