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Presença do Dia Brasil no Rock in Rio é positiva, mas desorganização afasta o público


Rock in Ri
Foto: Daniel Ramalho/VEJA.com

O Rock in Rio 2024 já teve uma data de venda de ingressos adiada. E isso não é bom. Além disso, o festival anunciou esta semana o que chamou de “Dia Brasil”, um dia especial para misturar ritmos brasileiros e colocar artistas com destaque nacional nos palcos do grande festival.

Apesar de ser uma boa ideia, o público não parece ter gostado tanto assim, pelo menos na bolha do festival na internet. Acontece que o dia até traz atrações de peso como Alcione, Ney Matogrosso, Ana Castela, Luan Santana e muitos outros.

No entanto, a tentativa de transformar o dia como um “festival à parte”, causa confusão ao público mais modesto do festival, principalmente àquele que esperava permear por mais de uma data consecutiva.

A lista de artistas é tão grande, que o festival fragmentou os palcos por estilo de atração. Essa fragmentação tem nome; “Pra sempre + o ritmo”. A novidade é que o Pra sempre vai englobar até mesmo o sertanejo, segregado do Rock in Rio desde a primeira edição.

Até aí, a ideia parece boa. O problema é que os artistas vão dividir o palco em uma espécie de ‘rodízio’. Em uma apresentação, você vai ver 6 artistas diferentes, como é o caso do “Pra sempre Rock”. Ok, são mais atrações, mas vale lembrar que o Justin Bieber captou R$ 26 milhões de reais em seu show no Rock in Rio de 2022, segundo dados não oficiais.

Neste contexto, o artista canadense teve o palco, a projeção e a transmissão inteiramente voltadas para ele, além da produção de palco para apresentar seu projeto. E não há forma melhor de valorizar um artista do que dá a ele um espaço, um cachê decente e permitir uma produção de alto nível.

E é exatamente esse ponto que o Dia Brasil peca. A mistura nos palcos não vai permitir grandes produções desses artistas. Eles terão que controlar tempo, orçamento e equipe e não poderão ter a liberdade que o Rock in Rio já deveria dar aos artistas brasileiros há muito tempo.

Pensando nisso, o ideal seria que o Dia Brasil trouxesse o modelo tradicional do festival, porém, com um headliner e as outras três atrações do Palco Mundo. As junções já esperadas do Palco Sunset juntamente com uma atração de peso para fechar o palco.

Mas isso não seria suficiente. Pagar o que os artistas brasileiros merecem é o ponto alto da questão. É provável que nem mesmo com 6 artistas dividindo o palco mundo por uma hora somados chegue perto de algo como o cachê do Justin Bieber, considerado o mais alto da história do Rock in Rio.