O Pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do mundo. É também um dos mais cobiçados e principal alvo da pesca predatória no norte do Brasil. No início do ano, o pesquisador Leandro Castello, do Woods Hole Research Centre, de Massachusetts, divulgou um estudo que declarava o perigo de extinção da espécie. Para reverter essa situação, o Governo, em parceira com a ONG ambiental WWF, tem desenvolvido trabalhos que incentivam o manejo sustentável dessa espécie em diversas comunidades do norte do país.
O nome Pirarucu é a junção de duas palavras indígenas, “pira”, que significa peixe, e “urucum” ou vermelho, devido à cor de sua cauda. O peixe gigante, nativo da Amazônia, pode pesar até 200 kg e medir de dois a três metros. Não é à toa que a espécie é muito buscada por pescadores. A qualidade da sua carne é incontestável, levando-o a ser conhecido como o bacalhau da Amazônia.
A pesca predatória nas águas limpas do norte do Brasil ocorre há muitos anos e a reprodução do Pirarucu não é mais suficiente para repor a quantidade de animais levada pelos pescadores. Foi por isso que, em 2004, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) criou uma Instrução Normativa que delimita a pesca da espécie em algumas épocas do ano.
Seguindo o mesmo exemplo, o governo do Acre se juntou à ONG WWF-Brasil e, com o apoio do Ibama e da população local, conseguiu criar o projeto de manejo sustentável do Pirarucu. Dessa forma, foi possível capacitar os pescadores para que o manejo do peixe fosse feito de forma ambientalmente correta, para que nem a espécie, nem a economia da região fossem ameaçadas.
O projeto já tem mostrado resultados expressivos, com o aumento da população de Pirarucu no lago manejado, repovoamento, em locais onde antes a espécie estava em extinção e, consequentemente, o aumento na renda dos pescadores.
Com informações da ONG ambiental WWF-Brasil