Nova tatuagem eletrônica com comunicação sem fio é capaz de “falar” com o smartphone

Tattoos além da estética. Imagine uma tatuagem capaz de “conversar” com o smartphone, oferecendo informações sobre a saúde do usuário, por exemplo. Foi exatamente isso que pesquisadores de duas instituições de Istambul, na Turquia, criaram: uma espécie de tinta especial com a capacidade de se comunicar com dispositivos próximos sem a necessidade de fios ou sequer bateria.

As tatuagens hi-tech são compostas por dois tipos de tinta; uma especial feita de óxido de zinco com nanofios embutidos sobre uma outra tinta com gel condutor feita de grafeno. As duas são aplicadas na pele simultaneamente, da mesma maneira que se faz uma tattoo convencional – por meio de agulhas. Ao penetrarem a pele, as duas tintas entram em contato.

E para se conectar e “conversar” com dispositivos sem fio, a tatuagem depende da criação de sinais elétricos a partir da atividade piezoelétrica, gerada pela mudança de forma das tatuagens, que convertem energia mecânica em energia elétrica. Por fim, a infraestrutura de rede sem fio da tattoo usa um smartphone para enviar sinais e receber dados, usando um modem de banda larga como dispositivo auxiliar.

Onur Ergen, vice-presidente do Departamento de Eletrônica e Comunicação da Istanbul Technical University, explica que a abordagem da comunicação entre a tatuagem e os outros dispositivos, chamada de retroespelhamento de ambiente, é muito semelhante à identificação por rádio-frequência (RFID), mas sem depender de um número limitado de frequências permitidas.

Imagem: Istanbul Technical University

“Ter uma tatuagem sem fio passiva da qual você ainda pode acessar informações é a chave aqui – isso chamou minha atenção”, diz Dmitry Kireev, professor de engenharia biomédica da Universidade de Massachusetts-Amherst, que criou uma tatuagem de grafeno capaz de medir com precisão a pressão arterial.

“O desafio é a interconexão”, completou Kireev. “Se existe uma abordagem para fazer essa comunicação totalmente sem fio, o que eles estão fazendo aqui é um conceito muito interessante”.

Imagem: Istanbul Technical University

As inúmeras possibilidades da tatuagem eletrônica

Ergen também comentou sobre o avanço do uso da tatuagem eletrônica para outros aspectos da saúde. Existe atualmente um estudo sobre como usar essas tattoos como sensores sem fio de EEG (eletroencefalografia – exame que analisa a atividade elétrica cerebral espontânea).

“Nosso trabalho recente, ainda não publicado, permite a análise do suor e da saliva sem a necessidade de bateria, usando a tecnologia de retroespalhamento”, diz o estudioso.

Via: IEEE Spectrum