Na última segunda-feira (18), teve início a Semana Nacional do Trânsito. O Brasil, que é o 4º país do mundo em número de acidentes de trânsito, também tem dados alarmantes de atropelamentos de animais silvestres. De acordo com o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), cerca de 473 milhões de animais são atropelados todos os anos no País, ou seja, mais de um milhão por dia nas rodovias brasileiras.
O Programa Sistema Urubu – Rede Social de Conservação da Biodiversidade, idealizado pelo CBEE, com apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, foi criado justamente para conhecer de perto esse problema da fauna brasileira. Como parte das estratégias desenvolvidas pelo programa está o “Urubu Mobile”, um aplicativo que conta com a colaboração dos usuários para informar e mapear os atropelamentos por todo o Brasil.
Desde o lançamento, há três anos, o app foi baixado por mais de 22 mil usuários, que realizaram 70 mil registros em estradas brasileiras. De acordo com Alex Bager, responsável pelo Programa Sistema Urubu, as grandes vitórias do projeto são em escala nacional. “Mais que passagens de animais ou obras realizadas nesses três anos, nós estamos evoluindo no desenvolvimento de políticas públicas estaduais e nacionais. Esse é o grande avanço que estamos realizando em prol da conservação da natureza e de forma colaborativa”, comenta.
Apesar de 90% dos atropelamentos atingirem animais de pequeno porte, a taxa de fauna de grande porte também é significativa: quase 5 milhões de animais atropelados por ano. Segundo o coordenador de Ciência e Informação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Emerson Antônio de Oliveira, essa taxa elevada de atropelamentos representa um grande risco para a fauna brasileira. “Quando muitos animais são mortos, como no caso dos atropelamentos, uma reação em cadeia acontece. A diminuição de indivíduos e a extinção de uma espécie causam um desequilíbrio ecológico, afetando diretamente o ser humano, como por exemplo, proliferação de pragas e o deslocamento de predadores para centros urbanos em busca de alimentos”, afirma.
Confira algumas dicas importantes do Urubu Mobile ao avistar um atropelamento de animal silvestre na estrada:
Ao se deparar com um animal atropelado, reduza a velocidade com cautela, estacione o carro com segurança no acostamento e ligue o pisca alerta. Tire foto do animal e tenha cuidado para não causar acidentes.
Rodovias são locais perigosos para crianças. Não permita que desçam do carro para ver o animal na pista.
Evite o contato com a carcaça, lembre-se que os animais podem transmitir doenças e parasitas.
Se o animal estiver vivo não tente capturá-lo e transportar, pois certamente estará machucado. Avise a polícia rodoviária, polícia florestal e/ou o pessoal da concessionária da rodovia.
Nunca envie mais de uma foto do mesmo animal pelo aplicativo. Se você tirar mais de uma foto, escolha a melhor e envie apenas essa.
Somente envie fotos de animais selvagens. Não fotografe galinhas, vacas, cavalos, cachorros ou qualquer outro animal doméstico.
O CBEE tem interesse em registrar atropelamento de todas as espécies de animais selvagens (mas não insetos e outros invertebrados). Fotos de cobras, sapos e pequenas aves são tão importantes quanto tamanduás, onças e lobos.
Baixe aqui para Android e iOS.
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