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Lenovo inclui idiomas indígenas kaingang e nheengatu em seus notebooks

Como parte de um projeto de revitalização da herança de povos nativos, os notebooks IdeaPad e Yoga, da Lenovo, passarão a contar com suporte aos idiomas indígenas kaingang e nheengatu – ambos enraizados no Brasil. A novidade foi comunicada hoje (18) pela fabricante chinesa, mas notebooks com o suporte em questão vêm sendo vendidos desde dezembro de 2022.

De acordo com a Lenovo, os modelos vêm embarcados com sistema operacional Lux – um sistema operacional customizado a partir da plataforma Debian Linux. O projeto foi realizado em parceria com Wilmar D’Angelis, Doutor em Linguística e professor na UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) e especialista em línguas indígenas, além de tradutores nativos das línguas faladas nas regiões da Amazônia e do Rio Grande do Sul. Ao todo, foram traduzidas cerca de 85 mil expressões e 500 mil palavras nas duas línguas.

Em um levantamento feito em fevereiro de 2022 pela UNESCO, cerca de 3 mil idiomas indígenas estão sob o risco de desaparecer completamente até o final do século XXI – em média, um a cada duas semanas. A estimativa fez com que a Assembleia Geral da ONU declarasse os anos entre 2022 e 2032 como uma década dedicada à preservação de toda a cultura nativa de vários povos.

Com base nessa resolução, a Motorola – parte do grupo Lenovo – criou o projeto de Revitalização de Línguas Indígenas Ameaçadas de Extinção. Se você está com uma sensação de déjà vu, parabéns: é o mesmo projeto que levou os dois idiomas indígenas para os smartphones das duas empresas em 2021.

“Um dos elementos mais importantes para caracterizar a identidade cultural de um povo é o idioma. A inclusão do Kaingang e do Nheengatu em nossos dispositivos é parte de nossos esforços em contribuir com a preservação das línguas dos povos originários brasileiros, em linha com nossa missão de levar tecnologia inteligente para todas as pessoas.” – Ricardo Bloj, Presidente da Lenovo.

Segundo pesquisa conduzida pela empresa, a língua kaingang é falada por aproximadamente 30 mil indivíduos na região que contempla a região dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e região oeste do estado de São Paulo. Já a língua nheengatu – ou “tupi moderno” – deriva do tupi-guarani e é falada por cerca de 14 mil pessoas na região Amazônica brasileira, colombiana e venezuelana.

Tão logo possível, aliás, a empresa deve adicionar também o idioma cherokee, uma das várias línguas dos nativos americanos dos EUA e Canadá.


Créditos: TecMasters