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Humanos se preocupam mais com os pets do que com outras pessoas?

O amor dos humanos pelos animais é cada vez maior, prova disso é que, de acordo com uma pesquisa feita nos Estados Unidos, dois terços dos americanos vivem com um animal e muitos dos tutores pensam em seus cães e gatos como membros da família.

Ainda de acordo com pesquisas, 40% dos tutores de cães que são casados afirmaram receber mais apoio emocional de seu animal de estimação do que do cônjuge ou mesmo dos seus filhos, o que mostra que essas relações entre tutores e animais trazem muitos benefícios para os humanos.

(Foto: Reprodução / Youtube Seeker)

Já aqui no Brasil, uma pesquisa feita com mais de 10 mil pessoas mostrou que 80% dos internautas possuem um animal de estimação em casa, sendo que mais da metade são cachorros. Além disso, 46% dos tutores afirmaram que a média de gasto mensal com seus animais é de R$ 100,00.

Quando um assunto é violência, as pessoas parecem se indignar muito mais quando acontece algo com cães do que com outros humanos. De acordo com informações de editores de jornais dos Estados Unidos, histórias sobre abusos de animais muitas vezes geram mais respostas indignadas de leitores do que quando acontece alguma violência com um ser humano.

Um exemplo dado foi de casos envolvendo interferência policial. Segundo o FBI, cerca de 400 pessoas são mortas por ano pela polícia durante confrontos. Já em relação aos animais é mais difícil ter um número exato, mas acredita-se, tendo como base análises de relatórios da mídia, que o número de cães mortos a cada ano em “incidentes de confronto” com policiais é provavelmente entre 300 e 500.

(Foto: Reprodução / Mother Nature Network)

Apesar de o número de animais e humanos mortos em confrontos policiais ser bem próximo, é perceptível uma comoção maior quando o caso envolve animais, mais ainda quando são cachorros.

Em julho do ano passado, em menos de 24 horas, a polícia dos Estados Unidos matou uma mulher gestante que estava bêbada e ameaçando a todos em sua volta com uma faca e, em outro lugar, matou também um cachorro, uma mistura de Labrador preto de dois anos de idade que estava latindo na traseira de uma van que estava com uma parte do vidro aberto. Alguém chamou a polícia por conta dos latidos do cão. Ao se aproximarem do carro, o cão conseguiu baixar o restante do vidro e pulou para fora do carro, nesse momento o animal foi baleado por um dos policiais.

Enquanto o caso da mulher gestante não chamou muita atenção, o do cachorro virou manchete e o departamento de polícia emitiu um pedido oficial de desculpas para o tutor do animal, que também recebeu uma indenização em dinheiro.

(Foto: Reprodução / US News)

A diferença nos casos pode ser entendida pelo fato de o cão ser visto como um ser indefeso e a mulher saber se defender e estar ciente do que está fazendo.

Dois sociólogos da Universidade Northeastern, em Boston, resolveram testar a afirmação de que as pessoas se importam mais com notícias de abusos com animais do que com ataques direcionados aos humanos. Os pesquisadores Arnold Arluke, uma autoridade sobre relacionamentos humano-animal, e Jack Levin, um especialista em assassinos em série e assassinatos em massa, escreveram falsas informações sobre uma onda de crimes em Boston.

Os artigos diziam que “De acordo com testemunhas presentes, um ataque particularmente perverso envolveu um filhote de um ano de idade que foi espancado com um bastão de beisebol por um assaltante desconhecido. Chegando à cena do crime alguns minutos após o ataque, um policial encontrou a vítima com uma perna quebrada, múltiplas lacerações e inconsciente. Nenhuma prisão foi feita no caso.”.

(Foto: Reprodução / Huffingtonpost)

Porém, havia quatro versões diferentes dessa informação, onde em cada uma delas a vítima era um ser diferente, um filhote de cachorro de um ano, um cão adulto, uma criança humana e um humano adulto. Nenhum dos participantes sabia que acontecimento e as informações eram falsos, a intenção dos pesquisadores era saber como as pessoas iriam reagir a cada vítima.

Depois de ler uma das quatro notícias (cada pessoa lia apenas uma versão), todos os participantes responderam a uma escala que media o tanto de empatia e sofrimento emocional que sentiram pela vítima do espancamento.

Os resultados mostraram que o adulto humano como vítima foi quem provocou os níveis mais baixos de sofrimento emocional nos leitores. Em primeiro lugar ficou a criança, seguida pelo filhote de cachorro e pelo cachorro adulto. Esses dois últimos bem próximos um do outro.

(Foto: Reprodução / Daily Mail UK)

Os sociólogos concluíram que a espécie é importante quando se trata de gerar simpatia com os oprimidos, mas que as pessoas tendem a ter uma preocupação especial com criaturas inocentes e indefesas.

Fonte: Wired / Galileu


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