Persistência e otimismo são palavras que definem a trajetória de vida da doutora e Oficial Tenente R/2 da Força Aérea Brasileira (FAB) Érika Stancolovich. Foi graças a este pensamento positivo que ela conseguiu sair de um coma provocado por uma eclâmpsia em sua primeira gestação há cerca de 21 anos. “Escutava e não conseguia reagir até que eu mesma determinei que eu sairia daquele estado”, lembra.
Na verdade, a perseverança sempre esteve presente em sua vida. Nascida em Ponte Nova, Minas Gerais, ela decidiu sair da zona de conforto que duas graduações – Letras e Pedagogia – haviam lhe dado, além da estabilidade profissional como funcionária pública concursada do Estado, para se arriscar em São Paulo e fazer mestrado em Educação e Psicanálise. Também foi a força de vontade que a fizeram ser aprovada em um desafiador teste de aptidão física para entrar na FAB, mesmo sabendo que as chances de passar seriam remotas por conta de problemas que ela tinha no braço direito. “Nesta época trabalhei muito a tela mental, imaginando que minhas dificuldades seriam superadas, e deu certo, fui aceita na FAB e me tornei Oficial-Tenente”, conta.
Tudo parecia tranquilo na vida de Érika, sua carreira profissional e acadêmica era de dar inveja em muita gente. Possuía doutorado em Psicanálise, mestrado em Educação e Psicanálise, diversas especializações, inclusive internacional, e cursos, além de inúmeros prêmios e menções honrosas, entre elas, uma em especial da FAB, que enaltecia suas competências profissionais. Mas um fato improvável mudou sua rotina e seus planos: ela estava grávida novamente – o que segundo os médicos seria impossível devido às sequelas da primeira gravidez. Porém, novamente, ela teve eclâmpsia, sua filha precisou de cuidados intensivos, alguns profissionais disseram que a menina teria problemas, mas, felizmente, nada disso aconteceu. As energias mentais e pensamentos positivos que Erika emanou salvaram sua caçula.
Sua grande missão de vida
O episódio levou a tenente a refletir sobre a sua missão de vida. “Descobri que queria ajudar as pessoas a se entenderem, a aprenderem a usar as energias do cérebro ao seu favor, a serem protagonistas de suas vidas e, então, escrevi o meu primeiro livro: ‘Resiliência: vença o stress e controle a pressão antes que eles dominem você’, ressalta. O livro é best seller, já foi indicado na Vitrine do Domingão do Faustão e, recentemente, condecorado pela Academia Francesa de Letras em Paris. Também será publicado em Língua Inglesa e Francesa. Além disso, Erika foi convidada a lançá-lo internacionalmente, bem como ministrar palestras em Londres e em outros países.
Devido ao grande sucesso, a tenente tem se dedicado à palestras, workshops e seminários, nos quais compartilha técnicas eficientes e eficazes para acionar e fortalecer a Resiliência dentro de cada Ser Humano, fazendo-o ser a melhor versão de si mesmo e com isso conseguir resultados extraordinários.
Resiliência no comando
Na verdade, a tenente continua comandando pessoas, em vez de tropas militares, pois ela as guia para que desenvolvam a capacidade de lidar com seus próprios problemas, vencer obstáculos e não ceder à pressão, seja qual for a situação. “Todos nós temos problemas, preocupações e ansiedades, mas a resiliência nos ajudar a ter um olhar diferenciado sobre tudo isto, fazendo com que as nossas escolhas sejam assertivas”, defende a doutora, que é conferencista internacional, diretora Pedagógica do Conselho Brasileiro de Psicanálise e Psicoterapias, presidente do Conselho das Mulheres Empresárias de Taubaté, e faz parte da liderança do Grupo Mulheres do Brasil de São José dos Campos, presidido pela Luiza Helena Trajano – Magazine Luiza, e também autora do e-book ‘Treine seu cérebro para alcançar o intangível’. Um dos seus mentores é o Geraldo Rufino a qual faz questão de frisar que a sua energia resiliente é possível a todos.
Para Érika, a motivação deve fazer parte da vida em todos os momentos, das pequenas às grandes coisas. Todas as vitórias devem ser comemoradas. “E mais importante do que comemorar, é crucial nos prepararmos para as próximas. Porque tudo aquilo que já conquistamos, por mais valoroso que seja, já está no passado. E a atitude de uma pessoa resiliente não é somente a de comemorar o que já foi conquistado, mas também de pensar à frente, criar o futuro. Sentir orgulho do que somos!”, conclui.
Por Fabiana Seferin