As areias da praia de Copacabana ganharam cores e formas diferentes na manhã da última quarta-feira (29). Cerca de 600 pessoas estiveram lá em uma intervenção artística para a Campanha Defenda os Corais da Amazônia (saiba mais aqui). A ação foi articulada pelo Greenpeace em parceria com o artista norte-americano John Quigley, famoso por suas instalações de proporções gigantes, para serem avistadas do céu. Na orla carioca, o desenho teve 100 metros de comprimento.
Essas pessoas se somaram às mais de 800 mil que assinaram uma petição pedindo que a empresa francesa Total e a britânica BP não perfurem o fundo do mar perto dos corais para buscar por petróleo. “Ao fazermos esse desenho pelos Corais da Amazônia, nós nos tornamos porta-vozes da vida. Pela vida dos peixes, dos corais e de todas as formas de vida que não falam a nossa língua humana”, disse John.
Do grupo que participou da ação, cerca de 200 eram estudantes de escolas públicas do Rio de Janeiro. Para levá-las até lá, o Greenpeace passou semanas conversando com professores e diretores, contando a importância da proteção dos Corais da Amazônia.
John Quigley já fez várias intervenções com o Greenpeace, mas essa para ele foi especial. Quando soube que teríamos estudantes jovens para formar as letras da mensagem, John diz que ganhou um fôlego a mais para se inspirar e criar o desenho, que no final, foi um enorme peixe-borboleta.
O clima animado e de integração, mesmo debaixo de uma chuva que insistiu em cair, dominou boa parte da montagem da imagem. John falava inúmeras vezes “Vocês são lindos” para os jovens. Para ele, o momento em que esses estudantes participam de uma atividade que une arte, meio ambiente e ativismo pode mudar a vida deles para sempre. “Talvez muitos das pessoas aqui tenham ouvido pela primeira vez na vida como são lindos, como foram importantes ao fazer parte de uma obra de arte”, falou com emoção. “Se pudéssemos monitorar a vida futura deles, tenho certeza que muitos estarão envolvidos em causas ambientais.”
A frase “Defenda os Corais da Amazônia” foi só uma das etapas. A segunda foi transformá-la em outra mensagem: “Petróleo Não!”, afinal, é um vazamento de petróleo a grande ameaça aos Corais.
Esse também foi um recado direto à empresa francesa Total e à britânica BP – as duas compraram o direito de explorar blocos de petróleo na costa do Amapá, perto dos corais. E já podem começar a fazer isso ainda esse ano.
Segundo Thiago Almeida, da Campanha de Clima do Greenpeace Brasil, ver tantas pessoas engajadas pela defesa dos Corais da Amazônia mostra às petrolíferas que a população não quer arriscar a vida no fundo do mar. “A exploração de petróleo é uma atividade do passado. Diante de tantos acidentes que já ocorreram, muitos que destruíram a vida marinha e as comunidades costeiras, não podemos aceitar as perfurações próximas aos Corais da Amazônia”, disse Thiago Almeida.
“O que o Greenpeace e a equipe do John Quigley fizeram hoje na praia de Copacabana foi histórico. Unimos a beleza dos corais com a força das pessoas para pedir por um futuro em que a ganância das empresas não fiquem à frente da natureza”, completou Thiago.
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