Negócios

Brasileiros vendem motos elétricas para correios e serviços de entrega

A empresa, que fornece os veículos alternativos para os Correios, percebeu que a procura dos elétricos é maior no mundo corporativo.

Mesmo com a falta de incentivos públicos e as limitações do mercado de veículos elétricos no Brasil, um grupo de empreendedores vem apostando em motos que não dependem de combustíveis para atender às necessidades das empresas, principalmente, no serviço de frete e entregas. Um dos cases de sucesso são os Correios, que, desde o início deste ano, já utilizam as motos elétricas de alto desempenho para realizar seus serviços.

A iniciativa de levar as motos carregadas na tomada para as empresas partiu da E-max, divisão que faz parte da brasileira Riba Motors. Para Rui Almeida, representante da marca, o cenário corporativo demonstra mais interesse nos veículos elétricos do que o público geral. “A maioria das pessoas compra motos para deixar de usar ônibus ou metrô. Com as empresas, é diferente: elas têm responsabilidade social a cumprir, e muitas delas utilizam serviço de fretamento”, conta Almeida. “Uma coisa é a empresa dizer: estou poluindo um tanto, então, eu planto 20 mil árvores. Isso é só reagir, e não evitar a emissão de gases poluentes – o contrário do que acontece com estas motos”, completa.

A primeira moto elétrica foi importada em 2009, e, desde janeiro deste ano, os Correios utilizam os veículos para entregas e fretamento. Cada moto oferece autonomia de 100 quilômetros – mais do que o suficiente para atender à demanda diária de cada carteiro, que roda, no máximo, 40 quilômetros por dia nas ruas, divididos em duas etapas. “Os Correios têm uma rede muito bem organizada. A moto é recarregada durante a hora do almoço, e, mesmo se não houvesse a recarga, ela teria autonomia para atendê-lo tranquilamente”, explica o representante da E-max.

Agora, o objetivo da marca é levar o serviço para mais empresas, como redes de fast food e deliveries. A E-max também comercializa motos que não precisam de combustível para uso pessoal: custando 15 mil reais, o modelo também tem autonomia de 100 quilômetros, velocidade máxima de 70km/h e baterias de íon de lítio cuja carga é realizada diretamente na tomada, como um gadget comum, dispensando o uso de totens. Além disso, a moto roda sua autonomia completa com um gasto aproximado de 90 centavos.

Entre os desafios enfrentados para a popularização das motos elétricas, Almeida também aponta a falta de infraestrutura nas cidades. Para o empreendedor, seria interessante que os estabelecimentos, como shoppings, supermercados e restaurantes, oferecessem estacionamentos com pontos de recarga para os usuários de veículos elétricos.

Por Gabriel Felix – Redação CicloVivo