Engenheiras criaram uma maneira de converter uma simples "pelada" em energia elétrica, a invenção é a bola de futebol sOccket.
O produto foi criado por uma equipe de quatro mulheres, Jessica Lin, Jessica Matthews, Julia Silverman, Hemali Thakkar, estudantes de engenharia da Universidade de Harvard. No verão de 2008 elas dividiram seus tempos entre Boston, África do Sul, Libéria e Nigéria no esforço de dar às pessoas das comunidades africanas a capacidade de gerar e ter energia elétrica chutando uma bola de futebol.
Por terem vivido por muito tempo na África, as engenheiras decidiram traduzir a energia positiva do futebol e das crianças, para suas vidas fora dos campos e em suas casas.
A beleza da sOccket é que uma criança em uma nação em desenvolvimento pode jogar uma partida de futebol depois da escola, deixar o campo de jogos, ter a bola em casa, ligar uma lâmpada e ter luz suficiente para fazer lição de casa, mesmo não existindo edifícios com energia elétrica por 160 km ao redor.
Enquanto as co-fundadoras tem esperança em transformar o projeto em uma ferramenta global de saúde, a bola é, em primeiro lugar, um gerador portátil engenhosamente simples.
Na maioria dos países Africanos, 95% da população vive sem acesso à eletricidade, segundo o World Bank Millennium Goals Report. O Banco Mundial estima que respirar a fumaça criada pela queima de querosene em ambientes fechados equivale a efeitos tão nocivos como fumar dois maços de cigarros por dia. "Há uma enorme necessidade de trazer soluções de energia para quem não tem acesso que sejam mais baratas, limpa e simples, para uso imediato", diz Jessica Lin, uma das inventoras.
A sOccket é uma bola de futebol que capta a energia do impacto que normalmente é perdida para o meio ambiente. A bola utiliza um mecanismo de bobina indutiva para gerar energia. A eletricidade gerada é então armazenada na bola, que depois de escurecer pode ser usada para acender uma lâmpada LED ou carregar um celular.
Lin explica que a sOccket utiliza um mecanismo de bobina indutiva semelhantes aos encontrados em lanternas de agitar-carga. O movimento da bola força um ímã para uma bobina que induz uma tensão para gerar eletricidade. "A bobina não afeta o movimento da bola de qualquer maneira", complementa Matthews.
A bola pesa cerca de 142g; mais do que uma bola de futebol regular, mas como não foi feita para profissionais do futebol, é improvável notar a diferença.
Para cada 15 minutos jogados na primeira versão da sOccket, a bola foi capaz de armazenar energia suficiente para iluminar uma pequena luz LED por três horas. A sOccket 2.0 tem autonomia de três horas com apenas 10 minutos de jogo. As inventoras se dizem ansiosas para aprender mais com os testes que estão em andamento por toda a África.
Mais de 270 milhões de pessoas jogam futebol em todo o mundo, incluindo 46 milhões de africanos, segundo um estudo da FIFA 2006. No verão passado, a sOccket foi testada em campo em Durban, África do Sul, em coordenação com Whizzkids Unidos, uma organização local que utiliza o futebol para ensinar educação sobre HIV / AIDS. "Nós incorporado os sOcckets entre bolas normais e monitoramos como as crianças brincavam com elas", diz Lin.
A bola pode não ser a solução para a crise energética, porém é uma nova maneira de pensar sobre os problemas que muitas pessoas enfrentam no dia-a-dia." finaliza a engenheira.
Confira o vídeo
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