Tecnologia

Ônibus movido a hidrogênio chega a São Paulo e Rio de Janeiro

Os ônibus movidos a hidrogênio, que emitem apenas água do escapamento, já chegaram a São Paulo e Rio de Janeiro. E estão em fase de teste.

Os ônibus movidos a hidrogênio, que emitem apenas água do escapamento, já chegaram a São Paulo e Rio de Janeiro.

No Rio, o veículo que foi projetado pela Coppe (pós-graduação em engenharia na Universidade Federal do Rio de Janeiro) deve começar a circular no campus da Cidade Universitária ainda neste mês. Depois, circulará em uma linha da zona sul carioca.

Em São Paulo, os ônibus ainda estão em fase de teste, circulando com três toneladas de areia em linhas do corredor ABD (São Mateus/ Jabaquara).

O plano é que os ônibus estejam circulando por São Paulo e Rio de Janeiro na Copa do Mundo de 2014 e na Olimpíada de 2016. Segundo Ivan Carlos Regina, da gerência de planejamento da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), serão criados mais três ônibus, que deverão operar em 2011.

"Não existem diferenças significativas de desempenho operacional entre esse ônibus e os convencionais. A diferença se dá no aspecto da poluição ambiental, pois o ônibus movido a hidrogênio não apresenta nenhuma emissão de material particulado (mistura de poeira e fumaça) ou gases de efeito estufa", destaca Ivan Carlos.

Porém, a tecnologia avança a passos lentos. O projeto, que está sendo concluído apenas agora, foi iniciado há dez anos, em São Paulo.

Embora especialistas acreditem que veículos movidos a hidrogênio só se popularizem em algumas décadas, as montadoras já estão atentas à tecnologia – algumas têm seus projetos de veículos movidos a hidrogênio praticamente prontos.

Para Michael Folower, da Universidade de Waterloo (Canadá), o principal obstáculo que o hidrogênio encontra é o petróleo. "O petróleo continua a ter um custo competitivo para uso como combustível no transporte. No entanto, traz um grande custo ambiental." 

Mas a produção do hidrogênio, não é necessariamente ecologicamente correta, depende da fonte utilizada. Ennio Peres da Silva, chefe do laboratório de hidrogênio da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), explica que “existe o hidrogênio ‘verde’, produzido de fontes renováveis e mais limpas, e o hidrogênio ‘negro’, de fontes fósseis (petróleo, carvão, gás natural), com grandes impactos ambientais”.

No Brasil, o comum é produzir hidrogênio a partir do gás natural, que é um combustível fóssil e emite carbono. Porém, é possível produzir o hidrogênio a partir de fontes energéticas mais limpas, como eólica e a solar.

Fonte: Estadão.com.br